Geralmente há certo preconceito ou desinteresse por parte de alguns com relação a obras de autores nacionais. Eu particularmente devo admitir que os únicos livros que cheguei a ler eram daquela antiga e fantástica coleção Vagalume, o autor Marcos Rey era o meu predileto.
Após esse período me dediquei a livros de literatura estrangeira e deixei de lado as obras nacionais, porém, há alguns meses atrás, esse meu desinteresse "caiu por terra", foi quando conheci: O Vale dos Anjos.
Já estava acompanhando o trabalho do Leandro um pouco antes da Bienal do Livro, e posso dizer que além de poder adquirir o livro tive a honra de conhecê-lo.
Bom vamos a resenha.
O livro inicia de uma forma diferente e enigmática. A história gira em torno de Dimítris, um grego que vive tranquilamente com sua bela esposa Mariah, possui um bom emprego, enfim, uma vida tranquila.
Após um acidente de carro, Dimítris perde sua vida e sua amada, deixando-a sozinha. O jovem pensa que tudo estava acabado até que conhece Obelisco (um dos personagens mais hilários e se torna seu melhor amigo) que explica a Dimítris que existe vida após a morte mas antes, terá que enfrentar um julgamento que irá decidir seu destino: o Paraíso ou As Oito - Prisões.
Após mostrar coragem e dignidade Dimítris ganha o direito de ir para o Paraíso, porém, alguns não “curtiram” muito a decisão.
A chegar no Paraíso Dimítris fica encantado com a beleza e magnitude do local e conhece algumas pessoas, entre elas a jovem e bela cupido Anne.
O jovem quer retornar para sua amada Mariah que sofre com a perda tão repentina, Dimítris ao ver a situação de sua esposa decide que irá fazer de tudo para retornar para sua amada.
A história torna-se interessante mesmo quando Dimítris descobre que haverá um evento chamado: O Torneio dos Céus, uma disputa que confere ao vencedor o título de Anjo Semideus. Dimítris vê neste Torneio a oportunidade de voltar a sua “vida” com Mariah e de encontrar seu pai, morto há alguns anos atrás, e que não foi encontrado no Paraíso.
Ao longo da história veremos o quanto Dimítris se mostra inconformado com sua morte, mas a esperança de poder rever seu pai e voltar para Mariah faz com que tenha forças para seguir adiante.
A amistosa amizade entre Dimítris, Anne e Obelisco se torna mais forte ao longo das páginas onde o companheirismo, a confiança e sonhos são compartilhados em vários momentos. Alguns personagens são pouco explorados devido a alguns segredos que não foram revelados, uma vez que este é o primeiro de uma série.
No geral gostei muito de O Vale dos Anjos, com alguns pontos que precisam ser aprimorados, perdoáveis, pois, O Vale dos Anjos é seu primeiro trabalho, mas nada que venha prejudicar a história.
Leandro solta a criatividade que resulta em uma história de esperança, amor, fé e muitos mistérios, que deixam muitas lacunas para a continuação que pelo jeito será cheia de revelações.