Série: Delírio
Autora: Lauren Oliver
Páginas: 304
Editora: Intrínseca
Nota: 3/5
Sinopse: Dividida
entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no
qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar
contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um
zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o
governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a
sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.
“Achavam que
amar era algo sublime. Mas isso foi antes de encontrarem a cura.”
"Em um
mundo sem nenhum amor, é isto que as pessoas são umas para as outras: valores,
benefícios e encargos, nada além de números e dados. Nós pesamos,
quantificamos, medimos, e a alma é esmagada até virar pó." Pg. 117
Delírio foi
um dos livros mais interessantes que li no ano passado e minhas expectativas
para Pandemônio só aumentavam a cada dia. Um ano se passou e em março a editora
Intrínseca publicou a sequência para a minha alegria e de muitos leitores
fanáticos por essa intrigante história. Um medo que tinha era que Pandemônio caísse
na maldição do segundo livro e o que ocorreu foram tombos e escorregões nesse
receio clichê que costumamos ter ao ler alguma sequência.
O livro
inicia na cena seguinte do final do livro anterior. Lena irá encarar desafios
para sobreviver entre os inválidos e tanto ela quanto o leitor conhecerá os
bastidores da sociedade “tão” perfeita e sobre a cura do amor deliria nervosa.
Há dois períodos da narrativa que se alternam a cada capítulo: o antes e o
agora. Essa foi uma alternativa arriscada, porém, neste caso foi genialmente
utilizada. Novos personagens como o jovem Julian, filho do criador da ASD
(América Sem Delíria) foi uma soma interessante para o elenco, e a corajosa
Graúna e Prego representam papéis fundamentais e emocionantes para o enredo.
O ritmo no
início é devagar, principalmente, no Antes. Já no Agora é acelerado. O que me
deixou intrigado é que mais da metade do livro não acontece nada, como se a
história tivesse parado no tempo. Ok, quem já leu sabe que Delírio não é uma
distopia feita de vários momentos de ação como outros que estamos acostumados,
e sim, focados no sentimento dos personagens e de detalhes que vão desde o
brilho de um olhar a uma folha caindo de uma árvore. Mas, pelo título esperava
algo muito maior do que foi apresentado. Um ponto que devo reconhecer é a explicação
sobre o funcionamento da sociedade considerada curada e os inválidos e outras
que prefiro não revelar.
Seguindo a
fórmula do “jogo a bomba no final”, a autora deixou algumas questões que
deverão ser respondidas no derradeiro Requiem (já lançado nos EUA), e que
deverá chegar no Brasil ano que vem. Enquanto isso, torço para que o fim não
sofra outro tipo de maldição e que faça jus a ideia fascinante de Lauren
Oliver.
Quer saber como foi Delírio? Veja a resenha aqui.